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A Comida mineira é o cartão postal da Gastronomia brasileira

Foto do escritor: @paespelomundo@paespelomundo

Um Menuuh de possibilidades. De restaurantes que valorizam a culinária brasileira às experiências imersiva na arte, na música. Belo Horizonte ganhou uma nova curadoria em suas atrações turístico-gastronômicas, o Menuuh reúne 19 vivências pela capital de Minas Gerais provando que o turismo da cidade cresce diante de diversas atrações.




Recentemente em Belo Horizonte, podemos acompanhar o reconhecimento do processo artesanal do Queijo como Patrimônio Imaterial e Cultural da Humanidade pela Unesco. Esse momento em Minas Gerais Foi histórico. Emocionante. Eu já aguardava por esse momento há pelo menos um ano quando pude entrevistar o vice-governador professor Mateus em Londres, quando ele estava promovendo o Queijo de Minas e prestes a fazer a inscrição na Unesco. Naquele momento eu nem acreditava que seria possível vir tão rápido.



Quando fui convidado para a comemoração do reconhecimento fiquei emocionado. É o primeiro produto alimentício do Brasil a ter tamanho reconhecimento. Ainda lembro quando a chef Roberta Sudbrack teve seus queijos apreendidos no Rock in Rio simplesmente porque eram artesanais, vê-los hoje sendo reconhecido como patrimônio da Humanidade é realmente uma voltar por cima que a culinária brasileira dá. Há muito o que ser feito.


Conheci queijos premiados na França que não podem ser vendidos na europa devido a legislação. O reconhecimento foi um grande passo, agora está na hora de se juntar ao turismo e divulgar tudo isso mundo a fora e avançar na legislação. Fui a região do Serro, uma das 10 reconhecidas pela Unesco. O queijo, os lugares contam a nossa história de colonização e miscigenação.


Belo Horizonte lançou o Menuuh como uma ferramenta de curadoria para locais e turistas conhecerem experiências genuínas e diferenciadas na cidade. O que provamos por lá?


A comida mineira é daquelas de encher a boca. Saborosa, sofisticada em sua simplicidade, em suas tradições. Ouso dizer que comida mineira é o cartão postal da comida brasileira. Dessa vez provei um café da manhã delicioso e cheio de charme no Copa Café que fica solar histórico no bairro da Floresta. É um lugar encantador e a simplicidade das receitas como os biscoitos e bolos são repletas de tradições que une o interior a capital.





Gostei muito também do menu festivo do restaurante Roça Grande, a chef Mariana emociona ao trazer para a comida toda a ancestralidade das manifestações folclóricas e religiosas como o Reisado. Quando criança eu comia feijão com macarrão e achava uma delícia. Deixei de comer porque em algum momento alguém tachou aquilo de cafona, e descobri que a combinação era servida nas festas de interior. Fiquei feliz com a descoberta. E confortável em saber que cafona é quem não come.


Provei também duas galinhadas bem diferentes. Aliás, eu adoro galinhadas. A primeira do Bar da Lora servida individual, além de linda era bem saborosa, e o ambiente de boteco deixa as emoções gastronômicas mais afloradas, menos minuciosas. A outra galinhada foi do Paladino, molhadinha, cheia de legumes em cima. Interessante como um prato tão comum pode ser destaque em lugares tão diferentes. Acho que essa é a magia da culinária brasileira. O toque, o jeito de fazer, nós somos patrimônio cultural em nossos modos de agir, de misturar, de cozinhar.




O que o Brasil deve fazer para que a culinária brasileira seja tão conhecida como a peruana?


Acredito que é um trabalho que vem acontecendo naturalmente, ainda que de forma desordenada. Um pequeno grupo de restaurantes, alguns chefs, não conseguem sozinhos divulgar a culinária de um país de forma que atraia a atenção de estrangeiros que não conhecem nossos insumos. Chefs como Janaína Torres tem feito um trabalho importantíssimo de valorização e um olhar para os produtos brasileiros.


A Embratur tem levado para as maiores feiras de turismo do mundo a gastronomia brasileira. Estamos no caminho certo, mas é preciso mais, é preciso o turismo entender mais de gastronomia e vice-versa. Ainda sinto que esses dois mercados aqui no Brasil não andam tão juntos. É preciso se falar mais nos insumos brasileiros, em turismo gastronômico como se fala na França, no Vale do Loire.


Por aqui Turismo gastronômico é sinônimo de artesanato, rusticidades e ruralidade. E turismo gastronômico é muito mais que isso. Há 20 anos ninguém sabia o que era ceviche, quinoa, macadamia; hoje está na ponta da língua de qualquer chef. Eu sempre instigo que o poder público invista em turismo por meio da gastronomia, levem chefs para eventos internacionais, contem suas histórias, repitam produtos, é um mantra.



O que mais compõe o Menuuh ?


O Menuuh é composto por 19 experiências turísticas e gastronômicas. Tive a oportunidade de provar quase todas elas. Como por exemplo a imersão no tema da Liberdade proporcionado pela Casa Palma, que é um lugar que envolve a gente por meio das expressões artísticas. Um médico que deixa a profissão para se dedicar as artes é o fio condutor dessa liberdade que a gente tanto procura na vida.





Outra experiência foi uma peregrinação pela cidade no ônibus do Clube da Esquina: musical, divertido, um passeio ideal para a terceira idade, ou simplesmente para aqueles que amam as músicas do Clube da Esquina. Milton Nascimento, Lô borges, Beto Guedes, são contadas curiosidades sobre aquela esquina de onde saíram os famosos músicos da mpb. O tour termina em Santa Tereza num bar, claro.


Gostei muito também do mini curso de cachaças, e, a harmonização que a Cava Zé Ribeiro faz. Uma melhor que a outra. Momento muito divertido e ideal para ir com amigos. Chama atenção também no Menuuh de experiências o Museu das Reduções, achei o nome curioso até ver os prédios históricos de vários lugares do Brasil que eles recriaram, uma aula de educação patrimonial, saí de lá com vontade de conhecer os que ainda não conhecia e de preservar mais ainda nossa história patrimonial. Por fim, o Mercado Central que é um ícone da cidade. Doces de leite com canela no Melaço, Queijos de todas as regiões do estado, e ainda uma infinidade de produtos, comidinhas, e utensílios para casa. Dá vontade de aumentar a cozinha e chamar os amigos para longas tardes a beira do fogão.

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