entrevistamos o Presidente Executivo para a América Latina da Costa Cruzeiros, Dario Rustico, que há 6 anos mora na América do Sul, após passagem pela Ásia e Oriente Médio.
Embarcamos no Costa Diadema para, pela primeira vez, vivenciar as experiências que um Cruzeiro proporciona a seus hóspedes. E nessa viagem pelo litoral do Brasil entrevistamos o presidente executivo para a América Latina da Costa Cruzeiros, Dário Rústico, que nos falou sobre o lifestyle italiano a bordo do maior navio já trazido pela empresa ao Brasil e como o país pode atrair mais turistas estrangeiros. Mais navios, mais empregos, melhor para economia e para o Turismo.
NO BRASIL, TEMOS UMA GRANDE COMUNIDADE DE ITALIANOS, SE VOCÊ VAI PARA QUALQUER OUTRO PAÍS DA EUROPA, OU AINDA CIDADES COMO NOVA IORQUE, SÃO PAULO A CULINÁRIA ITALIANA É MUITO CONHECIDA. COMO SURPREENDER (A BORDO) PESSOAS QUE JÁ CONHECEM E TEM BONS REFERENCIAIS DE ITÁLIA PELO MUNDO?
Olha, sou italiano e tive oportunidade de morar em muitos lugares do exterior. Entendo o que você esta dizendo, mas tem um diferença entre a descendência italiana, a comida que mistura o que é originalmente italiano. Em Nova Iorque tem a melhor pizza italiana, em Chicago também, vem aqui ao Brasil: a pizza aqui é a melhor pizza do mundo. O que existe é o que você gosta! A melhor é a que você gosta! A gente aqui tem receita original italiana, e estamos sempre evoluindo. Junto com Bruno Barbieri (Chef Italiano, apresentador do MasterChef Itália e com 7 estrelas Michelin nos restaurantes: Locanda Solarola**; Trigabolo*; Grotta di Brisighella*; Arquade-Villa**) estamos sempre provando novos pratos. A experiência deve, tem que ser original.
LEMBRA DO SEU PRIMEIRO CRUZEIRO? COMO FOI? É MUITO DIFERENTE DO QUE É FAZER UM CRUZEIRO PELA PRIMEIRA VEZ HOJE?
Eu lembro... quando entrei na cia, estou falando de 20 anos atrás, 2002. Era uma época diferente, a cia fez um investimento em mim, isso me deu oportunidade de conhecer vários departamentos, os vários escritórios, de navio. Para mim foi muito interessante. Fiz dois navios diferentes, na época era Costa Tropical e Costa Vitória. Fui visitar Capri também, eu nunca tinha estado em Capri. Vi quanta vida tem um cruzeiro. Muito Descobrimento. Cada cruzeiro tem sua vida, sua história. Um chinês quer um tipo de produto, o europeu outro tipo, brasileiro outro. Eu gosto muito da história. Gosto de estudar antes de ir a um lugar. Quando a gente fala da Itália, 50% do patrimônio artístico cultural de todo o mundo esta ali. Muita coisa profunda que a gente poder ir atrás. Temos parceira agora na Europa com a Discovery para expedições: vulcanólogos, fotógrafos, enólogos...te contam a história. Essa viagem da vida te requer conhecimento. Conhecer te deixa mais forte. Foi assim.
NO BRASIL TEMOS 11MIL KM DE EXTENSÃO DE LITORAL, 175 PORTOS (ENTRE DE PASSAGEIROS E SOMENTE DE CARGAS) O QUE DEVERÍAMOS FAZER PARA QUE RECEBAMOS MAIS CRUZEIROS POR AQUI? OU SEJA, MAIS TURISTAS ESTRANGEIROS...
O que falta ainda hoje no Brasil é infraestrutura. Os navios de novas gerações que são ainda maiores tem alimentação energética diferente. Fomos o primeiro grupo no mundo a investir em GNL (gás natural) temos 5 navios já. Estamos testando baterias, temos que chegar em emissão zero. Os portos tem que olhar para frente, como serão os navios daqui a 5 anos? Uma melhor infraestrutura permite desenhar roteiros que não sejam tão longos. Imagina você no Caribe fazer cada vez Miami x Nova Iorque, é muito longe. Tendo mais destinos (local), pode competir com outros destinos (no mundo).
Um navio que não vem aqui (Brasil) vai operar nos Emirados Árabes, no Mediterrâneo, em Cingapura. A Arabia Saudita tem esse pensamento: vai acabar o petróleo, o que precisamos fazer? Conectividade, eventos, circuito turístico, portos, e competir com outros destinos. O Brasil tem tudo para ser um destino anual com muitos cruzeiristas estrangeiros.
O Nordeste brasileiro tinha que ser a casa dos cruzeiristas.
Não é publicidade, é acessibilidade em tudo: na estrutura, em conectividade, em serviço. O Brasil tem muitas oportunidades para receber estrangeiros. E isso não só para os cruzeiros.
Hoje poucas pessoas consideram o Brasil como um destino para ir, como sua rota, porém todo mundo gosta do Brasil. Praias, Sol, Música são muitas coisas boas. Por que não se reflete em turistas que vem aqui? São muitas coisas positivas, boas aqui. Tem que entender esse sistema, olhar o todo.
NO BRASIL HOUVE UM VAI E VEM COM A LIBERAÇÃO DOS CRUZEIROS DEVIDO AS CONSEQUÊNCIAS DO COVID-19. NÃO HAVIA UMA PALAVRA UNÍSSONA. O QUE FAZER PARA QUE NÃO ACONTEÇA COMO ACONTECEU COM OS CRUZEIROS NO BRASIL?
Se conecta um pouco ao que estávamos falando antes. Educação é conhecimento. Muitas vezes me dei conta que falava com autoridade que tinha pouco conhecimento do que são os navios, de como a gente faz, de como a gente opera. Temos que trabalhar mais para deixar destinos, autoridades, cidades que nos recebem mais cientes do que são os navios. A gente opera de maneira sustentável, aqui fazemos 100% de reciclagem. Muitas dessas coisas as pessoas não sabiam, as autoridades não sabiam. Então temos que trabalhar bastante.
NA TEMPORADA 2022/23 A COSTA ESTA TRAZENDO ESSE LIFESTYLE ITALIANO DIRETO DE FLORENÇA, POR QUE FLORENÇA?
É uma homenagem de italiano para Firenze, tanto é que na inauguração do navio estava o prefeito da cidade. É um navio lindíssimo com 13 restaurantes diferentes. Com foco na gastronomia, na sustentabilidade. E não é só o Costa Firenze, nós teremos a maior temporada dos últimos 10 anos. A gente acredita no Brasil, estamos investindo no Brasil, queremos fazer nossa parte para crescer juntos. Aqui é uma segunda casa para a Costa. Nascemos na Itália, mas nossa primeira viagem foi para Rio de Janeiro e Buenos Aires. Há 74 anos que estamos aqui.
Estamos aqui para com muita humildade escutar e contribuir para o desenvolvimento do Turismo do Brasil.
O primeiro transatlântico de passageiros da frota da Costa inicia o serviço da rota Gênova - Buenos Aires em 31 de março de 1948. Equipado com ar condicionado em todas as áreas de passageiros, o Anna C. marca o início da parceria com o arquitecto Giovanni Zoncada, que durou mais de 30 anos. Em 26 de junho de 1948 o navio começa a sua primeira viagem inaugural ao Brasil e La Plata na Argentina .
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