Uruguai é o primeiro país sul-americano a celebrar o Dia Internacional do Enoturismo. Já em sua 5ª edição, turistas e cidadãos contam com uma infinidade de atividades que acontecerão durante todo o mês de novembro, principalmente no segundo fim de semana, de 10 e 11.
Vinícolas e outros protagonistas desse setor terão ações especiais abertas a todos os públicos e bolsos. Produtos e cultura enfatizando a importância dessa atividade distribuída em todo país será a marca dessa data no Uruguai.
O primeiro evento começa em Rivera, estado fronteiriço ao Brasil, do dia 6 a 18 de novembro com o Festival Binacional de Enogastronomia e Produtos do Pampa.
A Região Norte do Uruguai, com clima e solo dentro do mesmo bioma Pampa, também tem investido em vinhedos de qualidade, sendo o Tannat o seu produto reconhecido em concursos internacionais e que iniciou a produção vitivinícola do Uruguai em nível comercial. Atualmente Sant´Ana do Livramento e Rivera possuem 5 vinícolas, que investem em mais parreirais e tecnologia, com vinhos de excelente qualidade. Cenário em que se abrem novas oportunidades para o desenvolvimento do Enoturismo na região, um exemplo é a Cerro Chapéu (www.cerrochapeu.com), vinícola uruguaia construída dentro de um cerro para otimizar recursos e usar a gravidade na vinificação com mínima intervenção.
As Fronteiras são zonas nas quais se acumulam e se intensificam todas as relações vitais de interpretação, de contato e de oposição entre os elementos das sociedades políticas, econômicas, culturais e linguísticos permitindo a formação de uma identidade regional fronteiriça.
A Culinária faz parte desta regionalidade e permeia este espaço de fronteira. Hábitos alimentares, pratos, produtos e preparos estão presentes nos dois lados da fronteira Brasil e Uruguai, unidos por um bioma semelhante, o “Pampa”, uma ocupação territorial que girou em torno da pecuária e da indústria de transformação da carne.
A comida é o “alimento transformador da cultura” em que cada sociedade estabelece formas diferentes de preparo refletindo as práticas, os costumes e a memória de seus antepassados. A comida é um grande condutor a “memória afetiva”, passada de geração a geração mantendo viva a identidade de um povo.
A culinária campeira, fruto do sincretismo do Gaúcho, do missioneiro, do indígena e do africano é característica latente nessa região fronteiriça. Essa miscigenação está presente nessa cultura alimentar e ajudou a criar pratos que se tornaram emblemáticos da culinária fronteiriça.
O uso das carnes, de diferentes tipos, em assados na brasa ou preparações no fogão e seus acompanhamentos, traduz a simplicidade, rusticidade e a singularidade desta gastronomia. Chimarrão ou mate, herança dos índios Guarani, que aproxima os dois países, produzindo calor humano e hospitalidade. É um forte símbolo da convivência nesta Fronteira de paz entre Brasil e Uruguai.
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